Resgatar as origens e motivações das escolas democráticas implica compreender o cenário de mudanças que começa a se desenhar no campo da educação ainda no século 19. Desponta um sentimento de desilusão com a pedagogia tradicional, erigida a partir dos sistemas nacionais de ensino, criados sob inspiração do ideário iluminista e os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade da Revolução Francesa. Para transformar servos em cidadãos livres, a escola postulava o domínio de saberes legitimados pela ciência, em que a figura do professor é a autoridade máxima, que detém e transmite esses saberes. "Nessa perspectiva, os sistemas nacionais de instrução foram concebidos como imensas máquinas de transmissão do saber constituído", observa Ghanem.
As reações se multiplicam e, em meio às críticas à chamada escola tradicional, diferentes teorias sobre a prática pedagógica começam a aparecer, em várias partes do mundo. São experiências como as do suíço Johann Pestalozzi, o jardim da infância (kindergarten) de Frederich Froebel, o trabalho de Célestin Freinet e a Escola do Pragmatismo de John Dewey, entre tantas outras. A educação liberal burguesa, construtora da nacionalidade e da cidadania, está em xeque.
Aprender X Ensinar As críticas à pedagogia tradicional terminam por impulsionar um amplo movimento reformista. No Brasil, sob a expressão do "escolanovismo" , assume sua representação máxima.
"Ensinamos crianças, não matérias", difundia o da Escola Nova, para quem a pedagogia tradicional, "verbalista e enciclopédica", reduzia o processo educativo exclusivamente à dimensão do saber. Se até então o professor era a figura central, com a responsabilidade de iluminar o caminho de seus discípulos e transformar súditos em cidadãos, agora se reivindica uma escola capaz de extrapolar a mera transmissão de conteúdos para valorizar os processos de aprendizagem.
Desloca-se o eixo - do ensinar para o aprender. E ao deslocar o eixo de uma pedagogia centrada na ciência da lógica para uma pedagogia de inspiração filosófica, com contribuições crescentes da biologia e da psicologia, a educação começa a viver mudanças profundas.
Muda o papel do professor, mudam as relações de poder no interior da escola. "Os saberes, que eram dispostos segundo uma ordem lógica, passam a subordinar-se ao que se entendia por uma ordem psicológica, com uma conexão muito mais intencional entre a prática educacional e a idéia de interesse", descreve Ghanem. A aprendizagem não é mais vista como um processo atrelado ao treino, à retenção e memorização.
Na nova concepção, também não há lugar para a autoridade absoluta do professor, nem ele é mais o detentor do conhecimento. Ao invés da relação vertical professor-aluno, a pedagogia nova sai em defesa da assimetria nas relações em sala de aula. A própria geografia da escola está em debate.
"A feição da escola mudaria seu aspecto sombrio, disciplinado, silencioso e de paredes opacas, assumindo um ar alegre, movimentado, barulhento e multicolorido", descreve Dermeval Saviani no livro Escola e democracia, um marco na crítica pedagógica ao escolanovismo.
As reações se multiplicam e, em meio às críticas à chamada escola tradicional, diferentes teorias sobre a prática pedagógica começam a aparecer, em várias partes do mundo. São experiências como as do suíço Johann Pestalozzi, o jardim da infância (kindergarten) de Frederich Froebel, o trabalho de Célestin Freinet e a Escola do Pragmatismo de John Dewey, entre tantas outras. A educação liberal burguesa, construtora da nacionalidade e da cidadania, está em xeque.
Aprender X Ensinar As críticas à pedagogia tradicional terminam por impulsionar um amplo movimento reformista. No Brasil, sob a expressão do "escolanovismo" , assume sua representação máxima.
"Ensinamos crianças, não matérias", difundia o da Escola Nova, para quem a pedagogia tradicional, "verbalista e enciclopédica", reduzia o processo educativo exclusivamente à dimensão do saber. Se até então o professor era a figura central, com a responsabilidade de iluminar o caminho de seus discípulos e transformar súditos em cidadãos, agora se reivindica uma escola capaz de extrapolar a mera transmissão de conteúdos para valorizar os processos de aprendizagem.
Desloca-se o eixo - do ensinar para o aprender. E ao deslocar o eixo de uma pedagogia centrada na ciência da lógica para uma pedagogia de inspiração filosófica, com contribuições crescentes da biologia e da psicologia, a educação começa a viver mudanças profundas.
Muda o papel do professor, mudam as relações de poder no interior da escola. "Os saberes, que eram dispostos segundo uma ordem lógica, passam a subordinar-se ao que se entendia por uma ordem psicológica, com uma conexão muito mais intencional entre a prática educacional e a idéia de interesse", descreve Ghanem. A aprendizagem não é mais vista como um processo atrelado ao treino, à retenção e memorização.
Na nova concepção, também não há lugar para a autoridade absoluta do professor, nem ele é mais o detentor do conhecimento. Ao invés da relação vertical professor-aluno, a pedagogia nova sai em defesa da assimetria nas relações em sala de aula. A própria geografia da escola está em debate.
"A feição da escola mudaria seu aspecto sombrio, disciplinado, silencioso e de paredes opacas, assumindo um ar alegre, movimentado, barulhento e multicolorido", descreve Dermeval Saviani no livro Escola e democracia, um marco na crítica pedagógica ao escolanovismo.
Fonte: revistaeducação.uol.com.br
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